sábado, 20 de novembro de 2010

Apertem os cintos o piloto quase sumiu!


Na tripulação do AeroCaxola só se dá bem quem não amola...


Só senti a vida chegar realmente quando percebi os detalhes dos meus desejos.


Antes disso, só um piloto automático ligado nos 220 e etilicamente incapaz da condução do AeroCaxola.


No painel de controle, muitos botões, mas só os do “foda-se” e o do “deixa passar” continuavam acionados pelo desleixo do capitão displicente.


Mas se liga tripulação!


Era tudo alegria, mas não era tudo nosso...


Muita farra gera muita turbulência e como a legião de bicudos sempre fez questão de alarmar, algo poderia sair do controle a qualquer momento.


Como se fosse detalhe banal do plano de vôo, o cotovelo no manche não tardou a esbarrar em toda aquela variedade de botões.


Em pouco tempo e em meio a tantas luzes e cores diferentes, o que predominava ao olhos do controle era o vermelho-alerta a piscar sobre a imensa paleta do painel.


Como o desespero faz parte de quem não se sente preparado todos os ocupantes se puseram a garantir a sua segurança entre os assentos.


O Responsável passava garantia a máscara de gás, precavendo-se assim de maiores problemas, já Sra. Enxaqueca e sua característca tensão bolavam teorias sobre a má vontade alheia em parceria com Tony Ranzinza, seu fiel escudeiro de sangue latino.


Todos buscavam seu espaço e vez por outra assumiam o comando da algazarra na cabine do piloto.


Enquanto isso o comandante apenas vagava a cantarolar, observando cada um dos tipos que por tanto tempo conduzira aos céus sem saber ao certo os limites e desejos de cada um.


Inocentes como o menino que acreditava na vida de seu pingüim de pelúcia até a fúria sem causa de cada um dos da gangue de moicanos que anarquizavam ainda mais os corredores tomados pelo fuzuê a 9 mil pés.


Foi junto com o fim de sua fiel garrafa que Capitão teve a visão dos fatos simplificada; tudo ali precisava de um comando e todos desejam voz ouvida em decisões de futuras rotas.


Maneirar na lisergia poderia ser chato, mas era preciso voltar à cabine naquele momento, deixar a zona arrumadinha e ter histórias mais proveitosas a se contar nas próximas aterrissagens.



Capitão que se preze navega sozinho, mas não abandona o barco, avião, charrete, patinete...

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