
Por osmose fui me adequando a tal filosofia.
Criado pra defender no braço tudo que reluzisse a ouro para mim, fui assim crescendo, achando que poderia levar o mundo no peito sem precisar do sangue no zóio tão criticado por todos.
Desde os tempos em que dançava a vida, considerava isso como uma doutrina de gente pálida se esforçando pra parecer compreensiva e acima da dura violência imposta pelo mundão.
Como ouvia Olho Seco, e não a porcaria dos Novos Baianos, achava tudo balela pra domar peão na ilusão do paz e amor. Seja bonzinho, ganhe um amor e alguns domingos na pizzaria com mulher e filhos enquanto durar o casamento.
Mas a zumbilândia é tão popular que te faz repensar certas coisas, é bom se sentir confortável e o comodismo é uma das drogas mais gostosas e viciantes que já experimentei ( abaixo apenas da gordura animal e do monóxido de carbono).
Controle daqui, controle dali e alguns momentos bem azeitados na tranquilidade não tão rotineira em momentos passados fortificaram ainda mais a intenção de ser quase um Dalai Lama.
“O monge que enfie o discurso bonitinho no chacra que quiser...”.
Não entro naquelas de que o mundo é um inimigo a ser batido e que somos vítimas de tudo, não mesmo! Apenas tenho convicção que uma raivinha providencial deve sim merecer um passeio quando necessário.
Que seja nas ruas do meu bairro, nas alamedas dos bacanas ou até na saudosa Bahia com suas inocentes companhias. Ela merece sim ser mostrada quando é somente ela o que se tem a oferecer; sem focinheira, sem lero lero, babando colorido na vontade de dilacerar o papinho mole de ser cordeirinho na vida pra ser bem visto por gente fraca.
Revolução em si mesmo e no mundo nunca será feita com autocompaixão ou sob a alcunha de conciliador de situações. A paz e a calmaria só funcionam se sua adoção representar forte decisão, pacifismo é até um protesto válido desde que não seja passivo.
A faca nos dentes, para passar o mel ou encarar cangaceiros de ideias furadas é sempre uma boa pedida.