segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Canto da Poeusia Anônima


Sem cheiro

Calma constante só alimenta a alma
se tudo fossem flores era o amor quem murchava

Se tudo fossem flores qual o perfume?
e a graça?

vivo assim,
bem só com a alma lavada
- sem cheiro -.

O vento só leva o aroma que transborda,
que estiver em excesso

O trato é não forçar,
deixa o exagero e o destempero pro lado de lá

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Puta petulância

Estava a assistir no aconchego de meu cafofo quadriculado a edição do debate comandado pelo Lobão na MTV, confesso que sempre que é possível dou uma conferida no que lá se passa.

o mundo pegando pesado com o tal do politicamente correto era a pauta sugerida, declaradamente pegando carona na polêmica causada por um recente comentário feito pelo humorista Danilo Gentilli em seu twitter .

http: www.twitter.com/DaniloGentili/status/2847583400

De um lado dois representantes de minorias – gays e negros - e um advogado falador que passava mal, do outros humoristas da blogsfera inconformados com a forma como o mundo e as pessoas encaram certas declarações ultimamente.

A turma da patrulha do “bom senso” alegava a inexistência de limite entre o preconceito e uma anedota nascida apenas para caçoar , inclusive do preconceito tupiniquim tão velado.

Neste debate não fico em cima do muro:

Sempre preferi a turma do escracho, sou totalmente a favor da ferramenta que o humor pode ser para, por exemplo, aproximar as pessoas e concluo que não exista melhor artifício em várias outras situações, mas o problema é que isso depende exclusivamente do quão as partes envolvidas na piada ou no “insight” se levem a sério.

Se levar muito a sério em coisas idiotas é bem mais idiota do que ser o “idiota” que conta as piadas na mesa.

Concordo que se não for bem dosada uma piada recorrente pode se tornar ofensiva, mas essa regra se aplica muito mais pela repetição da mesma do que pela teórica afronta a igualdade de direitos e/ou concordância com as fobias do nosso mundo cão.

Não tenho pretensão de desenvolver aqui tese elaborada sobre situações que me levam a crer que o mundo está muito viadinho ¹, com toda hipocrisia apontada para o humor negro ² que independente do alvo acaba agradando a grande maioria, independente da postura adotada em publico ou do nível de baixo estima³.


¹ : nada contra pessoas com tendências homoeróticas

² : nada contra afrodescendentes

³ : nada contra – "sadomasôs maníacos depressivos"


Quem nunca riu de uma piada de humor negro ou que fazia referência a uma característica individual de uma determinada raça, condição física ou sexual que se mate, pois com certeza se levará mais a sério do que sua existência permite e não terá o prazer de rir de si mesmo.


terça-feira, 28 de julho de 2009

Liricando


Ato Falho

Composição: Rogério Skylab

Todo ato falho é o acaso.
Todo ato falho é o acaso.
A verdade é o fundo da bobagem.
Pra acertar no alvo quanto disparate

Esse é o sorriso do gato de Alice.
E essa é a peruca pop de Andy Warrol.
Quando tu mirastes eu me ria.
Quando tu pensavas eu dizia:

Todo ato falho é o acaso.
Todo ato falho é o acaso.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mas agora é tarde por quê?



Quantas desculpas você já arranjou culpando o tempo por seus fracassos?


“Estou velho para isso”, “Sou muito novo para me preocupar”, “Não tive tempo para me dedicar”.



Apenas três alternativas, mas aposto uma tarde de sol que você já deve ter repetido alguma delas, ou todas elas se for um pobre acomodado.



O tempo que voa agitado pede para ser controlado por nós, é só isso que o acalma e a única maneira de entender que suas privações precisam de colaboração para pesar em qualquer destino em xeque por aí.



Ele não se faz inimigo, é sim simples paisagem das decisões tomadas, assim como o sol de um dia sufocante ou a chuva da esperada sexta-feira ele pode muito bem ofuscar chances que não são alteradas por ninguém que não por nós humanos burros.



Sempre preocupados com a decepção miramos o fracasso como destino viável e menos doloroso assim que nossa desistência é bem digerida pelos resquícios de orgulho em nosso organismo.



Parece difícil ou muito romanceado?



Pois bem, o que sei – e falo sempre por mim – é que muitas vezes desistir antes de se sentir derrotado ameniza as dores imediatas da própria derrota, é como apostar corrida com alguém que não parece ter habilidades para tal e fingir uma lesão no músculo adutor adjunto esquerdo (?!) antes de ser “vergonhosamente” ultrapassado.



Um pinguinho na cabeleira, uma gola suada e uma chance arriscada valem mais que qualquer integridade física ou psicológica previamente planejada.




A vida é metáfora e treino, se não se treina a metáfora não se vive por inteiro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009


Eu nunca deixei de escrever, por mais hedonista que fosse a prática ou o costume do momento.


É que eu preciso das coisas guardadas para mim, ali no papel, registrado e com o carimbo da vontade de sempre relembrar.


As histórias dependem de como são contadas e isso implica na minha predileção em deixá-las sempre cruas, atento ao modo que gostaria de revivê-las,


No caderno escondido ou em megabytes sem pudor cá estou novamente...




Alguém ensina a lapidar palavras em verbos que me conjuguem ?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Uia

Alguém me compra o tédio ou me vende distração?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A invasão dos óculos do Cartola !




Sempre desejei ter os óculos que Agenor usava.

Vi lentes parecidas nas caras dos caras do Clash e mais uma vez o consumismo me tentou.


Nunca me senti modernoso por querer ter olhos disfarçados da mesma maneira que um poeta admirado.


E convenhamos que procurar metáforas para justificar um gosto é algo que me faz sentir deveras idiota.


Bem, deixo tudo isso de lado para dizer que em um belo dia nublado fui surpreendido pela mostruosa propagação das lentes bacanas.


Eram vermelhas, laranjas, verdes com e sem bolinha e enfeitavam o rosto de diversos novos descolados que desfilavam pela minha faculdade ouvindo sons da esnobe vanguarda da "cópiadacópiadarecópia".


Nada que abalasse a minha inabalável obstinação em adquirir um daqueles modelos Ray Ban, mas pude perceber que talvez esteja ranzinza demais com os pobres mortais, iclusive com este que vos escreve....


Se Cartola me fez querer ver o mundo com outros olhos que direito tenho eu de apontar para aqueles que preferem Quíller´s, Claquison´s e Caizer Chifre´s ?


No carnaval, cada um com a fantasia que lhe fascina....

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Curtas divagações .

Vegetarianos ortodoxos que comem hamburgueres imitando o tenro sabor de uma vaquinha ?!

Hipocrisia hype ou recaída light?

Feliz Ano Novo!



Hoje em dia é tanto twtiter pra twittá, tanto orkut pra orkutá, tanta visita pra visitar e tanta conta pra pagar que o prazer de escrever pode cair no calabouço da obrigação, e como só faço o que quero nas coisas que dependem de mim, volto com o blog agora para quem sabe poder continuar por um bom tempo.


2009 começa agora, segura o passo e segue o verbo!