terça-feira, 27 de julho de 2010

Bombril na antena

Quizumba! Mandinga!

Raspa de chifre de bode? Pedaço de rabo de jumenta?!



Antes do desenrolar das palavras deixo bem claro que não acredito em feitiço, magia, não prático bruxaria e tão pouco boto fé na tal bola de cristal.

Esse papo hipponga de rota marcada, Era de Aquarius e toda aquela pegada Hair revitalizada nos últimos tempos nunca me pegou.

O mundo já possui gurús demais para os hermanos que precisam de um caminho mais lisérgico e menos mundano para se animarem com a vidinha.

Assim no sapatinho, mais preocupado com o almoço que com o destino, é que vou caminhando.


O texto acabaria aqui...


Mas continuo a ouvir o pagodinho que rola no CD e novamente ouço falar de uma tal de faixa amarela.

Inevitavelmente isso me lembra uma das poucas coisas “esotéricas” que habitam minha cabeça bonita e do quanto sou apegado a ela.

Já passou por uma situação em que nada explica a gratuita simpatia a um sorriso?

Na teoria talvez o correto fosse não usar esse verbete por soar contraditoriamente hipponga , mas não consigo achar outra denominação que soe assim tão inexplicável quanto “sintonia”.

Pois é, tá ai uma das coisas que uma porção de fatores genéticos deve facilmente explicar, mas que de modo algum deve carregar o mesmo gosto inebriante em suas equações.

Convivemos por anos com algumas pessoas que nos exigem paciência e cuidados especiais para a manutenção de sua presença em nossas vidas, e assim, por apego ou simplesmente dó, permanecem intactas no carômetro da nossa rotina.

Se sentir em sintonia faz com que tudo isso fique de lado, desimpedindo o caminho para uma troca muito mais sincera, sem rédeas ou preocupada em agradar.

Não que aceite as magias do destino quando assim me convém, só que nos tempinhos modernos de hoje isso já me basta para não correr atrás de explicações.


Tão inexplicável como repetir Hair no seu DVD durante uma tarde inteira...
Falta-lhe palha de aço ou confiar na antena?

terça-feira, 20 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Calma raiva minha, calminha...


Quem muito fala pouco faz, quem muito promete nada pretende e quem muito desconfia...



Por certo tempo insisti na poesia como única forma de sublimar o descontentamento anabolizado com quem não se percebe nesse mundo, algo mudou...


Incrível como hoje tudo se acalmou na raiva.

Se guiar por ela muitas vezes é opção mais atraente que se dedicar a entregar frases floridas a quem veio ao mundo para se esconder.


Dizem que o ódio é o amor que padeceu, mas ainda assim amor, e se esquecem de dizer que há males que vêm para o bem.


Sabe a tal história da máscara que cai em um momento conturbado?!


Pois é, talvez seja o apego que bata rápido em mim e que me cobre forte posteriormente, mas realmente não entendo a maior parte das pessoas.


Os amores, as aceitações, os objetivos, os gostos e o gosto em se propagar gostos são como aramaico para mim.


Falta raiva, falta sinceridade, falta o grito de quem sabe que não sabe viver linha nenhuma sem a interferência do mundo, esse sim doente e padecendo cada vez mais.


Experiências recentes me ensinaram que o tal do “sangue nos zóio” é essencial para se sentir real e que não necessariamente a companhia da agressividade falada é necessária.


Quem está na UTI não ouve.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De conto em conto...


Em uma dessas noites de discotacagem cada vez mais frequentes e agradáveis o velho Toni fez questão de bradar:


- Eu só queroooooooooooooooooo, dizer que sou sinceroooooooooooo.


E nessa rima fácil o negão poderia já terminar o som que o ad infinitum no meu mp3 estaria garantido.

Pô, precisa dizer mais que isso pra ser poeta?!


Talvez pra enganar um ou outro fosse necessário algo um pouco mais rebuscado que pudesse impressionar no twitter, mas na vida chapa? Na vida ser sincero já o quinhão suficiente pra se viver em paz.


E diga lá Toni , o que mais você tem a dizer?!


- Eu nem sei bem quem eu soooooooooooooou....



No momento, e isso pode mudar já na próxima discotecagem, não consigo lembrar de nada mais proveitoso que a dialética consigo mesmo.


Lobo Mau em um sonho e princípe em outro?


Sem erro, é tudo nosso sem enrosco!

O que interessa é sempre o cavalo branco da sinceridade de aliado e aquela disposição necessária para conquistar a bela princesa, ansiosa na varanda por quem sabe chegar.


Se todo reino fosse feito de gente assim não haveria quem ainda se escondesse no blá blá blá do bobo da corte.


Pequenos que só merecem a frase final do Tornado:



- E eu nem seeeeeeeeeeei, quem você é...



Nessa história toda, de conto em conto se descobre.



" Não há gosto melhor que esse não, porque em um dia eu quero lima e no outro peço limão... "