segunda-feira, 21 de julho de 2008

Canto da Poeusia Anônima.


Pra tudo tem remédio
Dor dente,

Cotovelo,
Pro cabelo

E até pro tédio.


Chá,

Poção,

Vela,

Caldeirão.


Tudo é arma e escudo no vício da proteção.


Tudo é arma e escudo no vício da proteção.


O cinto,

a faca,

Prudência na estrada,


Grade,
janela,

O número
do camburão

Tudo é sempre arma e escudo no vício da proteção...

Moreira, quem?!


A malandragem virou moda!

Não aquela de fazer tudo com o gingado necessário para os dias e mulheres dificeis, essa ainda é praticada, mas com força cada vez menor diante da distorção de seus principios.


Hoje ser malandro é ser maldoso, é gingar de maneira a ameaçar e não de encantar.
Perco a conta de tantas situações evitáveis e surreais de maldade que já vi nessa breve passagem por este mundão.


Todos, independente do lugar social que ocupem querem ser maus, terem caras más e se preciso praticar a maldade.
Carros importados com um "funk proibidão" tocando no limite do seu som de alguns mil reais, letras que falam do crime organizado e que didaticamente ensinam o dialeto a ser dito naquela balada de 100 reais sem consumação.


Ah se a vida fosse direta em suas palavras com (esterió)tipos assim...

Dizem que o homem nasce bom e que a sociedade é que o corrompe, isso se faz até entendível no caso da periferia.
Não acho que isso deva acontecer, mas não julgo dificuldades que nunca vivi e que acredito jamais viver, me restrinjo apenas a pensar que esse não é o melhor caminho para fugir da duradoura estagnação.

Pois é, os bons tempos de paz amor acabaram, se foram nas figuras dos ídolos do passado, morreram de overdose criando um bichinho que se torna um monstro nos dias de hoje.


Não é um pensamento sobre o crime, mas sobre o glamour que a maldade desfila na tese de ser a melhor defesa de nossas inseguranças...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Joca, o Juca.



Muito tempo atrás Joca brincava de esconde-esconde no escuro, hoje só tem o escuro e nada para esconder.

Também brindava a Lua, chamava a vida de meu bem e sabia ter grandes coisas para se viver.

Tudo era areia em meio ao vento.

Um bocado cego ficava, mas quem não aproveita de momentos assim?!

Refletir sob o som de uma banda qualquer em uma manhã infinita sempre fez parte de seus planos já que se sentir diabolicamente divino foi o viés de sua sempre conturbada vida.

Joca temeu e se perdeu em meio a sua filosofia rasteira que dizia que ser hedonista e usar palavras estranhas aos olhos era maneira fácil de se desprender de absurdos nem tão raros assim.

Joca desistiu de viver pelo simples prazer de assistir tudo de seu velho e fugaz camarote.

Joca aparecerá mais por aqui, mas por enquanto deixa a impressão de que não passa de um bom e velho prego.

Daqueles que não param na areia...

Canto da Poeusia Anônima.


Correr
Como querer o que não se faz mais tão bem
Sonhar com tudo sem saber.
Sonhar.
( faz bem ?! )
Estar em tudo e mesmo sem saber, se aventurar.
Correr atrás do fundo profundo do tempo...

Correr,
Correr,
Sem ter nada, além do outro lado, pra chegar.

Correr,
Correr,
E saber que não se resolve tudo de uma vez .

Que o passo é largo, mas respeita a sua vez...



www.naodaideia.blogspot.com

domingo, 6 de julho de 2008


Nunca soube fechar minhas portas.


Desde a que permite o sono canino na coberta preferida até a que fica ali levemente encostada convidando a quem se foi fazendo questão de fechá-la.

Rabo comprido!
Diria Dona Rosa em tom de bronca, mas que corte o rabo quem quiser!

Eu não mexo mais com isso não.


Fechar por quê ? Se em um simples toc toc não farei questão alguma de passar o trinco novamente.


Para mim a vida é um livro aberto com os direitos autorais comunitários, vem quem quiser, vai quem quiser e quem for de ficar que fique sempre!


Só não espere serviço de mordomo.
Faça o toc toc ao menos!


Oká, viva sua vida inteira atrás dos grandes trocados que lhe farão feliz e bem-sucedido.

Tenha os melhores vinhos na adega, os carros mais cheios de glamour e imponência, alcance as mulheres alcansáveis com essas cifras, dentre essas escolha uma pela melhor aparência e tenha um ou alguns rebentos.

Pronto, assim já terás uma "família", gente para se preocupar com sua herança e com os cuidados necessários que as posses devem ter em tuas mãos.

Alie tudo isso a ausência para se manter em seu sonhado patamar e a paternidade terá cores diferentes das que deveria ter.

Nesse ponto tudo já estará devidamente encaminhado e o gene da ganância tomará seu lugar, muito provavelmente ditando as regras do jogo.

Os anos de reflexão chegarão armados até os dentes e a possibilidade de um nocaute fulminante é bastante promissora nessa altura do jogo.

Tarde, porque talvez o tal gene antes descrito tenha tornado a perspectiva de vida da "família" muito próxima a sua, torta ao ponto de não mais se recuperar.

Assim as aspas usadas no verbete ganham uma autenticidade assustadora vistas por quem se reconheça ali.

Talvez, talvez...



quarta-feira, 2 de julho de 2008

Vendas bem-vindas...


Estranho se cobrar constantemente por coisas que aparentemente não têm o peso devido em sua vida.

O mundo nos oferece preocupações que por muitas vezes não condizem com os valores que buscamos e que deveriam guiar nossas vidas

Não quero pensar na roupa adequada, no sorriso certeiro ou no caminhar que transmita segurança.

Dias para se pensar em um possível medo, uma angústia de se jogar de cabeça na vida e de fugir dos conceitos kamikazes da reclusão de espírito.

Todos querem ser importantes, terem o respeito integral de todos os olhos possíveis...

Eu mais do que nunca desejo que os olhos estejam fechados para ( e por ) mim e que tornem assim reais as manhãs desapegadas de vaidade que tanto buscava.