sábado, 23 de agosto de 2008

Joca ,o Juca.


E agora Joca?

Acordar amargo, sem vontade de descer escadas nunca foi rotina.

Preferia sempre encarar a vida com um sorriso no rosto e pouca coragem no bolso.

Não tinha ninguém que pudesse lhe encantar.

Nem a moça dos sonhos aparecia mais!

Tudo era monocromático na vida, tudo era egoísmo solidário. Como quem faz favores pra si mesmo.

Achava que se conhecia e que tudo era alegria no reino da magia.

Não soube no início como se equilibrar com novidade boa que vinha de um mundo tão diferente, mas de sintonia tão absurda que lhe roubava pouco a pouco.

Primeiro foi subtraída a razão - que de tão fraca nunca mais se viu -, em seguida vieram a cautela, o juízo e mais aptidões próprias da frieza e do maldito bom senso.

Entretanto o egoísmo tímido e a timidez egoísta teimavam não desaparecer.

Sentia-se mal , mas a fobia social de alguns momentos simplesmente lhe impedia de ser quem achava que era.

Isso irritava de verdade.

Não queria sair de casa nem com ele mesmo e sabia que isso não era a melhor coisa a se fazer.

Por vezes se imaginou sem aquela novidade que não poderia ser passageira. Não deveria ser passageira!

Pensou em gritar novamente, mas talvez não fosse ouvido.

E agora Joca? E agora?

Quem não sabe ser quem é não pode querer ser levado a sério...

“O doce às vezes fica tão amargo...”

Um comentário:

Mel Teófilo disse...

'... e o lado da lingua fica tenso parece que enrola mesmo fazendo força pro contario, e desce pro peito, pra barriga... e qdo vê, sobre pros olhos, escorre pra bochecha..."