sexta-feira, 14 de maio de 2010

No fim tudo é sussurro ou O cientista meia-boca. (Ponto final)


Como dar as caras ?


Foi como um menino apaixonado que jogou aos ares aquilo em que acreditava e passou a ser um dos fiéis daquilo que antes definia como covardia.

No coração havia se reencontrado com o pequeno que não se importava em emprestar seus brinquedos. Os dois, como velhos amigos birrentos, fizeram as pazes doando um pouco de si para o outro.

Mas como em toda análise cientifica, lembrou-se que era sua intenção, não poderia deixar de lado leis básicas como a que diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço, e assim continuou a somar os fatos.

Aos seus olhos foi justamente essa regra básica que significava conflito que lhe deixou a ver navios e a ter a sua primeira desilusão em anos.

Perdera a paixão que parecia ser tão pulsante e nem com fortes gritos ecoantes buscando algo por trás das paredes teve seus brinquedos devolvidos.

Se rabiscada fosse em storyboard, a história agora teria o quadrinho da vez representado por um vulcão. Explosivo, pulsante , mas que como resultado só produzia uma imensa nuvem de fumaça...

Em suas velhas anotações, percebeu que o tempo havia lhe feito um mestre na arte de evitar embaraços que não pudesse resolver ou que lhe causassem aquele tédio proporcionado pela sensação de repetição causada pelas inúmeras vivências de sua era junkie.

Nada mais tinha graça e isso novamente voltava aos seus pensamentos ao tentar seguir até o fim a rota proposta na explicação deste seu novo flerte com o desprezo.

Desistiu ao apagar as luzes e perceber o quarto tão vazio como anos atrás, sem a presença da admiração pelo que achava ser a resposta e o apoio necessário para poder viver sem pensar.

A fuga escolhida foi repousar a cabeça sobre os braços, evitando notar a Lua, inspiração de poesia e que agora não lhe dizia mais nada.

Como bem sabia, não foram necessários muitos minutos para adormecer e sentir-se enfim acompanhado.

Ao seu lado o menino desapegado lhe sussurrava em doce tom de voz que sempre valieria a pena pagar para ver.

No outro , sentado ao pé da cama, o jovem pé na jaca apenas fumava, certamente pensando nos novos brinquedos perdidos.

Todos agora dormiam esperando as conversas dos próximos dias...




E qual deles primeiro daria a cara?
O pinguim ou o metralha?


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Um comentário:

Izabela disse...

Olá!
Fiquei de deixar um comentário aqui pra vc né? ;p
Adoro seu jeito de escrever... muito envolvente.
Estou lendo sempre seus textos hehe
Beijos.