terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre hienas


Todo mundo tem seus dias ruins certo?

Aquela manhã que o piso gelado espanta com louvor o pé adormecido e quase se cai logo no despertar.

Sem motivo aparente o ovo já está virado e até um bom dia lhe deixa indignado.

Ok, um dia vai lá, dois tudo bem, mas todo dia?!

Em casos assim ou se troca o piso ou se investe em meias felpudas meu caro.

Por mais motivos que o mundo pareça lhe dar não dá simplesmente pra levar a vida na pegada da velha hiena que reclama de tudo.

Você pode ter até razão em se sentir perdido em um planeta de vazios vaidosos ou de gente pequena não só no tamanho.

Mas e ai chapa?!

Se o mundo é assim, ficar bicudo por todos os dias não vai mudar nada e só transformará a sua vivência em fardo ruim de carregar.

Perceber isso já um bom começo pra não levar tão sério assim um diazinho cinza aqui e acolá que, meu velho, com certeza aparecerão.

Mas também há o outro lado do zé hiena ortodoxo...

Aquele que inconscientemente percebe que o bico não muda nada e que de maneira fugaz transforma cada coisinha banal em um festival de poesias repetidas.

Já disse antes e continuo a afirmar que vejo a vida como uma grande e contínua dança.

Bossas, cirandas e frevos são realmente empolgantes de serem dançados, só que boleros, fados e outros ritmos menos frenéticos também merecem uma curtição sem esse peso todo apontado pela turma do sorriso eterno.

Proporcionalmente é o que ocorre com quem gasta a vitrola da vida com tanta coisa repetida e metida a alegre que no fim das contas deve deixar até mais triste.

Tive amigos que saíram pra noite na mesma semana de falecimento do pai e outros que ficaram enclausurados por semanas pela morte do cachorro.

Coisa boa é aprender a não julgar a doideira alheia e acima de tudo cada um com seu melhoral.

Apenas
confesso que fico feliz em continuar no passinho do brasileiro flutuante que se dana pra opinião de jurado e não força nem o sorriso, muito menos o lamento, só dança conforme a música!


Forçar a agulha em ritmo falso é pular faixas do disco como se não fizessem parte dele.

Já pensou em dançar chá chá chá em um dia de chuva ou permitir um chamego da "down music" preferida em um belo dia de sol?

Pois é, quebrar o compasso pode ser mais divertido do que aparenta.

2 comentários:

renata disse...

Afinal te deram a liberdade pára ser usada, para dar o passo como quiser, para dançar na chuva e pular em poças...

Nínguem impede que faça algo... só você...

Marcelo Mauricio disse...

Confesso que sou rabugento pra caralho... hahaha. Mas não resmungo da vida não. A vida é foda, mas eu sou mais. Resmungo por não dar tempo de fazer tudo o que eu gostaria. Dinheiro agente não tem mesmo. Pelo menos ideologia e esperança agente não abandona nunca! E nem o Corinthians hahaha